Imunonutrição
Pouco conhecida ainda da grande maioria da população, a imunonutrição pode ser definida como um estudo dos efeitos dos nutrientes, incluindo macronutrientes, vitaminas, minerais e oligoelementos nos processos inflamatórios do corpo humano, nas atividades das células brancas do sangue (leucócitos), na formação de anticorpos bem como na resistência às doenças.
Definição de Imunonutrição
O termo imunonutrição se tornou popular ao se descreverem fórmulas nutricionais enterais que foram utilizadas com uma combinação dos aminoácidos arginina, glutamina, óleos Omega-3 (Frequentemente óleos marinhos), ácidos nucleicos e outras substâncias antioxidantes, vitaminas e minerais.
Estudos cientÃficos em seres humanos demonstraram que esses componentes tinham um significativo efeito benéfico no indivÃduo sobre atividade imunológica no organismo.
Numa situação ideal, os estudos cientÃficos realizados em seres humanos teriam sido concluÃdos somente após a adição progressiva de nutrientes imunológicos moduladores que determinassem quais seriam os valores ideais dos nutrientes.
Principais componentes da Imunonutrição
Arginina
A arginina tem sido classificada como sendo essencialmente um aminoácido, em virtude da produção endógena ter se mostrado inadequada durante os perÃodos de enfermidade ou evolução de uma lesão no corpo humano.
Estudos cientÃficos realizados têm demonstrado que a suplementação alimentar com a arginina pode melhorar o equilÃbrio de nitrogênio no organismo, elevar os Ãndices de células T (células com função imunitária) e aumentar o Ãndice de êxito em caso de enxertos em grandes feridas. Segundo pesquisadores, o pós-operatório de pacientes com câncer que receberam suplementação de arginina demonstrou uma melhoria significativa da resposta de linfócitos T e da percentagem de células T. A Arginina serve como um tipo de substrato para a produção de óxido nÃtrico, cuja sÃntese produz enzimas e os produtos metabólicos resultantes desse processo são importantes moduladores da função das células T.
A Arginina também funciona aumentando o crescimento hormonal, podendo aumentar os nÃveis de insulina e prolactina no organismo humano.
Glutamina
A glutamina é um aminoácido que funciona como um oxidante combustÃvel para as células quando estão em divisão no corpo humano, incluindo os enterócitos e colonócitos.
A glutamina também serve como um tipo de transporte de nitrogênio e como um componente primário de uma substância (glutationa) antioxidante.
A glutamina tem sido estudada pelos pesquisadores como sendo um aditivo único para nutrição enteral ou parenteral e também como parte importante de fórmulas enterais, entre outros. A glutamina não está presente na nutrição parenteral porque ela não é estável em solução. A suplementação nutricional com glutamina adicionada a esse tipo de nutrição tem sido estudada em indivÃduos transplantados.
Os pacientes que receberam o suplemento com glutamina, nesse caso, tiveram uma menor incidência de infecções e tempo menor de permanência hospitalar. Em contraste com a nutrição parenteral, a maioria das formulas de nutrição enteral contém glutamina como sendo parte de sua proteÃna.
Ômega-3- os ácidos graxos
Os óleos de peixe são fontes de ácidos graxos ômega-3. Estes tipos de ácidos são capazes de competir com ácido ômega-6 e assim, influenciar a produção de vários tipos de substâncias, como por exemplo, as prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos e prostaciclinas.
Com a adição da nutrição enteral há uma atividade que produz como resultado determinados produtos com capacidade de redução de mediadores inflamatórios em pacientes com alto nÃvel de estresse. Uma pesquisa recente realizada com animais sugeriu que em caso de queimaduras a adição de óleos de peixes ricos em ômega-3 os ácidos graxos na alimentação poderia reduzir as complicações de uma possÃvel infecção. No entanto, o aumento excessivo de gorduras ômega-3 pareceu também elevar realmente a taxa de mortalidade por peritonite nas cobaias animais utilizadas nesse estudo cientÃfico.
As fontes marinhas de gorduras ômega-3 podem aumentar significativamente a geração de compostos antioxidantes que são requisitos que promovem o combate aos radicais livres. As pesquisas cientÃficas realizadas em animais sugerem que o nÃvel do antioxidante ômega-3 na suplementação alimentar de ácido graxo ocorre como uma consequência.
No entanto, os dados obtidos dos resultados com seres humanos não é suficiente para que seja orientada a formulação da proporção ideal de antioxidante ômega-3 em uma população que apresente pacientes em estado grave.
Considerações finais
As várias pesquisas cientÃficas realizadas sobre os componentes especÃficos nutricionais que podem afetar favoravelmente a função do sistema imunológico nos seres humanos tem estimulado cada vez mais o desenvolvimento de produtos comerciais de nutrição enteral destinados a melhorar ainda mais os resultados dos pacientes que estão no hospital.
Por Salete Dias
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